Não entendo nada de crianças. E agora?
Sempre fui daquelas pessoas que não sabem o que fazer quando
vêem um bebê, muito menos uma criança. Uma coisa que me deixa desconcertado é
quando uma criança vem ao meu encontro esperando alguma reação da minha parte.
Eu congelo e não sei como agir. Ou pior, quando os pais de alguma criança fazem
apresentações do tipo: “meu filho, esse aqui é o titio Felipe! Dá um beijo
nele!” Quem me conhece bem já consegue imaginar a expressão no meu rosto. Mas
não me entendam mal. Não é que eu não goste de crianças. Eu simplesmente não
sei com agir. Fico muito nervoso e me bate uma timidez bizarra.
Mas olha como são as coisas né. Vou ser pai! E quando meu
bebezinho nascer, eu vou ficar assim desconcertado? E quando ele for uma
criança maiorzinha, eu vou saber como agir? O que eu mais ouço são coisas do
tipo: “não te preocupa! Quando vier o teu você vai saber direitinho o que
fazer.” Ou então: “não dá nada. Criar todo mundo cria. Vai dar tudo certo.” Mas
a campeã é: “Felipe, só quero ver quando o Rafa nascer. Aposto que tu vai ser o
pai mais babão.” Essas frases me fazem pensar muito, e o que eu mais me
pergunto é será? Será que alguma coisa mágica vai acontecer no dia do
nascimento que eu já vou sair sabendo o que fazer?
O que me deixa tranquilo é que vejo muitos pais de primeira
viagem que são exatamente como eu: pessoas que nunca tiveram muito jeito com
crianças e hoje são ótimos pais, amorosos e carinhosos. Todo mundo passa por
isso e aprende, se vira. A cada banho, a cada troca de fraldas, a cada choro e
a cada sorriso, a gente vai aprendendo como lidar com cada situação. O
nervosismo passa e dá lugar a certeza de que tudo vai acontecer exatamente do
jeito que tem que acontecer. Comigo não vai ser diferente.
Tenho certeza que o dia do nascimento vai ser o dia mais
feliz da minha vida. A cada dia que passa ele mexe mais e mais na barriga.
Parece que já consigo sentir e diferenciar os bracinhos das perninhas conforme
ele vai crescendo lá dentro. É uma sensação inexplicável e aquela frase que as
nossas mães nos dizem agora faz todo o sentido pra mim: “você só vai saber
quando tiver o teu.” E já tenho, e ele já está quase aí.
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